Dicas Práticas

Como escolher um novo colchão?

Chega o momento em que, após acordar pela enésima vez como se tivesse dormido sobre achas de lenha, a gente brada: “Não aguento mais! Está na hora de trocar este colchão!”.

Em que pese todo o serviço prestado pelo nosso velho companheiro de noites boas e mal dormidas, inevitavelmente há um limite de tempo em que o retângulo de espuma consegue acomodar a nossa anatomia da forma correta.

De acordo com os fabricantes, um colchão é feito para aguentar até dez anos de uso. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, recomenda que a troca seja feita na metade desse tempo.

A partir disso, começamos a perceber que ele já não mantém a densidade de antes, as bordas afundam ao sentar e, ao amanhecer, sentimos um desconforto lombar que é o principal indicativo de que os dias de parceria chegaram ao fim.

Além disso, com o tempo, as fibras do colchão acumulam poeira, mofo e ácaro, o que pode gerar crises alérgicas.

Seja porque você tem acordado com o nariz entupido com frequência enervante, seja porque desperta diariamente com as costas moídas e de mal humor, considere providenciar um substituto.

Só que tem um detalhe: nem todo colchão é igual. Portanto, nem todo colchão entregará o resultado esperado. Então, como escolher o modelo mais adequado?

É aqui que entra o post de hoje: nele, traremos algumas dicas sobre como escolher o colchão certo para você. Assim, fique conosco e garanta um sono tranquilo. Vamos lá.

Variedade de modelos e preços

A primeira coisa que se observa ao sair para comprar um colchão novo é a quantidade de modelos em oferta. Isso repercute, naturalmente, no preço, embora a relação custo-benefício deva ser criteriosamente avaliada. Como se trata de um produto feito (espera-se) para durar, e levando-se em conta a sua contribuição para o bem-estar do usuário, convém não regatear. Ou seja, o preço pesa, mas não pode ser o principal referencial de compra.

Mas voltemos à questão da variedade. Basicamente, colchões são fabricados com especificações de tamanho padronizadas. Isso significa que, se você pedir um colchão de solteiro, por exemplo, corre pouco risco de receber um modelo maior — ou menor — que a cama.

Entretanto, no que se refere aos colchões de casal, além das medidas padrão 1,28×1,88 m, há outras duas possibilidades: o tamanho queen (1,58×1,98 m) e o king, indicado para quem realmente precisa de espaço para se esparramar (de 1,86×1,98 m a 1,93×2,03 m). Ambos ficam melhores se colocados sobre uma cama do tipo box, aliás.

O tamanho, porém, não é o principal critério de escolha. Vejamos, a seguir, o que mais importa para a sua saúde.

A necessidade é o que conta

Bem, entregamos a fatura logo no título do tópico: o que realmente faz diferença para a qualidade do sono é observar algumas características pessoais e buscar adequar o novo colchão a essas exigências. Afinal, não apenas o peso da pessoa, mas a maneira como dorme ou alguma especificidade corporal influem diretamente na escolha do modelo ideal.

Se você possui desvio na coluna, osteoporose ou outro problema relacionado à estrutura óssea, deve procurar um produto que minimize (ou, mais importante, não agrave) o problema. Um modelo não muito duro, nem muito macio, por exemplo, atende melhor a quem sofre com dores nas costas.

Por outro lado, não se recomenda entrar na onda dos colchões com propriedades terapêuticas, tão em voga ultimamente. Fazem parte dessa categoria os tais colchões magnéticos, com infravermelho ou com outra atribuição miraculosa. Não há comprovação científica de que fazem o que prometem — o que é meio caminho para a frustração.

Via de regra, o colchão ideal precisa se adaptar à curvatura natural da coluna e sustentar todas as partes do corpo sem afundar. Outra questão é se a pessoa dorme sozinha ou acompanhada. A depender da característica de cada um (uma diferença grande de peso, por exemplo), talvez seja o caso de juntar dois colchões individuais, com propriedades específicas, e uni-los por meio de uma capa. Isso evitará que alguém acorde de mal humor no dia seguinte.

De molas ou de espuma

Uma característica igualmente importante diz respeito à estrutura interna do colchão. O seu recheio, por assim dizer.

Normalmente, os tipos mais comuns são os de espuma e os de mola. Optar entre um e outro leva a diferentes patamares de funcionalidade. Comecemos, então, por avaliar o colchão de espuma.

A densidade faz a diferença

O colchão de espuma oferece um bom isolamento térmico, o que o torna mais confortável no inverno, porém menos no verão — especialmente se o usuário costuma transpirar demais. Nesse caso, um colchão de molas, que oferece melhor ventilação, é mais indicado. Se, entretanto, a pessoa sofrer com alergias, o modelo de espuma volta a ser o mais recomendado.

Porém, o principal valor de classificação do colchão de espuma está na densidade. Esse critério é o que indica o quanto de carga ele pode aguentar sem deformar. O Instituto Nacional de Estudos do Repouso (Iner) compilou uma tabela que relaciona a densidade ao peso, o que permite uma escolha mais certeira:

  • Densidade 18 (D18): recomendado para recém-nascidos e crianças até 3 anos de idade;
  • Densidade 23 (D23): recomendado para pessoas com até 60 kg;
  • Densidade 28 (D28): recomendado para pessoas com até 80 kg;
  • Densidade 33 (D33): recomendado para pessoas com até 100 kg;
  • Densidade 45 (D45): recomendado para pessoas de até 150 kg.

Portanto, quanto mais pesada a pessoa, maior deve ser a densidade do colchão de espuma. Vale ressaltar ainda que não há problema em adquirir um colchão com densidade maior que a recomendada para o seu peso. O contrário, porém, não é bom.

O colchão ideal para casal

O colchão de molas independentes (também chamadas  “ensacadas”) tem sido apontado como a escolha ideal para o quarto de casal — especialmente no que se refere a duplas com considerável diferença de peso ou quando um deles se mexe bastante durante a noite.

Isso porque o sistema independente de molas individualiza o movimento, evitando que o rolar de uma pessoa afete o sono da outra. Entretanto, para que essa característica seja melhor aproveitada, é necessário observar a quantidade de molas por metro quadrado. Quanto maior o número delas, maior o conforto.

De modo geral, os colchões de mola possuem grande resistência, durabilidade e firmeza, o que garante uma boa superfície para usuários com maior volume corporal.

Como dica final, é necessário destacar a importância de se fazer um belo “teste drive” antes de adquirir o produto. Sente-se na borda, deite-se um pouco, enfim, sinta como o colchão se ajusta ao seu peso. Não se acanhe por isso: pode ter certeza de que o pessoal da loja está acostumado — e é melhor do que se arrepender depois.

Agora que você já sabe como escolher o colchão ideal, talvez esteja pensando que uma cabeceira nova seria um excelente arremate a essa aquisição. Ou, quem sabe, queira experimentar alguma alternativa a essa peça de mobília? Seja como for, não deixe de conferir este post sobre o uso da cabeceira na decoração do quarto. Pode apostar que encontrará umas ideias interessantes nesse texto. Aproveite o colchão novinho em folha e desfrute da leitura!

Laertes Carraro

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