Saiba tudo sobre hortas verticais
Cada vez mais a gente é chamada a buscar alternativas de consumo saudável. Se, de um lado, temos à disposição nas gôndolas dos supermercados uma infinidade de produtos de cores, composições e procedências variados, a vida acelerada que levamos muitas vezes nos empurra a fazer escolhas fáceis — e nem sempre adequadas.
Assim, é preciso que o alimento fresco, produzido mediante padrões aceitáveis de cultivo, esteja ao nosso alcance para que essa lógica, da agilidade na hora de preparar a refeição, seja revertida em nosso favor. Sai de cena o macarrão instantâneo e entra o prato nutritivo, feito no capricho, mas sem a necessidade de correr a cidade inteira atrás do tempero certo.
Uma maneira de conseguir essa mudança de paradigma é cultivando alguns produtos, como vegetais, legumes, temperos e ervas. Nada pode ser mais agradável a quem se dispõe a cozinhar a própria comida do que manipular os ingredientes sabendo exatamente de qual canteiro vieram, e com qual empenho foram cultivados.
Claro que essa passa a ser uma conversa puramente filosófica se não houver possibilidade de dar essa guinada no menu. Via de regra, quando pensamos nessa ideia de cultivar vegetais, a primeira imagem que nos chega é a de um sítio, quando muito uma residência com espaço suficiente no quintal para uma pequena horta.
Mais aí é que entra (após esse longo preâmbulo) o tema do post de hoje. Estamos falando das hortas verticais, uma tendência nascida da necessidade das pessoas que vivem no meio urbano — em apartamentos, de modo mais específico — de cultivar alimentos orgânicos e saudáveis em espaços reduzidos.
Sem mais delongas, vamos logo saber tudo sobre as hortas verticais. Acompanhe:
Onde colocar?
A primeira pergunta que surge quando pensamos em construir uma horta é o local onde colocá-la. Antes, porém, vale destacar o óbvio: a horta vertical vai… na vertical! Sim, ela é montada ao longo de uma parede, longe do chão, e nem precisa ser uma grande parede. A ideia é justamente aproveitar o espaço disponível e plantar nele o que for possível.
Nesse aspecto, o local que mais se configura adequado para esse tipo de intervenção paisagística (talvez você não tenha pensado sob esse prisma, mas a horta vertical também oferece atributos decorativos, de verdejamento do ambiente) é a varanda — embora nada impeça você de manter uns vasinhos de temperos sobre o balcão da cozinha, por exemplo, ou mesmo reservar um canto da sala de estar para esse fim — tudo depende do estilo da sua decoração.
Inovações à parte, a varanda continua sendo o local propício para a instalação de uma horta vertical. Ela oferece um pouco mais de espaço e normalmente possui as condições de ventilação e oferta de luz natural necessários ao cultivo de diferentes tipos de plantas.
Além disso, o local admite com maior facilidade uma decoração mais natural e verdejante e oferece condições de manuseio melhores, já que a função implica manipular produtos que eventualmente causam alguma sujeira. Além disso, é muito mais relaxante cuidar da sua horta vertical no espaço relativamente aberto da varanda.
Vale destacar que, entre outros benefícios, a horta vertical oferece a oportunidade de realizarmos uma tarefa gostosa, desestressante e que pode ser compartilhada com toda a família com total sucesso.
Como plantar?
Uma horta vertical apresenta infinitas possibilidades de construção e que se ajustam como uma luva em qualquer meio metro de parede. É o tipo de operação que aceita sem reservas o que estiver à mão e tem como regra o improviso.
Isso, claro, não significa que você terá dificuldades em encontrar soluções prontas em casas de jardinagem e outras especializadas em utilidades domésticas.
Mas o que estamos procurando? Em um primeiro momento, vasos, cachepôs e jardineiras. Ato contínuo, os suportes para esses materiais. Podem ser ganchos, mãos-francesas, prateleiras ou as estruturas de encaixar feitas de madeira muito usadas nesse tipo de aplicação.
Falando em madeira, é possível construir bons suportes para vasos e jardineiras utilizando paletes e material de demolição. Este último, principalmente, oferece um bônus estético muito bem-vindo, valorizando o ambiente.
Em ambos os casos, uma maneira de aproveitar esses recursos é construindo estrados onde fixar, por meio de ganchos, os vasos de plantas. Escadas de jardim, banquetas e outros objetos também servem para deixar a sua horta vertical mais bonita e funcional. O importante é garantir que a base sustente os vasos com segurança, visto se tratar de objetos pesados.
Resolvida a questão do apoio, falemos dos recipientes onde plantaremos nossos vegetais. Aqui, entra uma variedade de modelos e materiais. Os mais comuns são os do tipo jardineira, que comportam um número maior de plantas, mas pode-se usar vasos individuais. Os em forma de meia-lua são bem populares.
Quanto ao material, temos o plástico entre os de maior oferta. Vasos cerâmicos, entretanto, são mais indicados, por serem mais duráveis e ecologicamente sustentáveis. Materiais alternativos, como fibra de coco (bastante ornamentais), caixas de leite, garrafas PET e outros podem ser reaproveitados para exercer essa função sem problemas.
Portanto, a sua missão começa analisando o espaço disponível e adquirindo os insumos necessários. Porém, essa análise precisa levar em conta outro detalhe, a saber.
O que plantar?
Quando se trata de colocar a mão na terra, muita gente hesita, considerando suas habilidades de jardinagem um pouco aquém da tarefa. De fato, o trato com flores e vegetais demanda algum conhecimento. Felizmente, este não é coisa inacessível. A bem da verdade, basta uma busca no Google para deixar qualquer pessoa razoavelmente qualificada para a função.
Uma informação que podemos adiantar e que tem a ver com o aviso que pregamos logo acima é que o lugar onde instalar a horta vertical deve respeitar o princípio da necessidade de luz natural.
Nesse caso, é necessário observar um delicado, mas nada complicado, equilíbrio. Ele diz respeito principalmente à quantidade de luz solar que incidirá sobre a cultura ao longo do dia. Não pode ser muita: um banho de sol no período da manhã é o mais correto. Se ficar exposta por muito tempo, as folhas podem esturricar.
Deve-se observar, no entanto, que cada planta tem suas particularidades. Nem sempre o que funciona para uma serve para outra. E nem todas convivem bem entre si. Enquanto umas compartilham sem problemas a mesma jardineira, outras têm de ser cultivadas à parte. Enquanto umas pedem quantidade x de água, outras pedem y.
Portanto, será necessário alguma pesquisa antes de enfiar a primeira semente na terra. Da mesma forma, vale saber de antemão quais substratos utilizar para que cada cultura vingue da melhor forma.
Mesmo assim, anote aí algumas boas candidatas a estrear a sua horta vertical: orégano, tomilho, cebolinha, agrião, manjericão, hortelã e salsinha. Não esqueça de providenciar pequenos furos no fundo dos vasos para que a água seja devidamente drenada (você também pode cobrir o fundo com pedras ou pedaços de espuma com a mesma finalidade), alimentar a terra com os nutrientes necessários para espantar as pragas e por aí vai.
Uma dica: aproveite a água usada no cozimento de vegetais (porém, quando estiver fria e somente se estiver livre de óleo ou sal) para nutrir suas hortaliças. Também convém posicionar as plantas mais resistentes no alto da sua horta, deixando as mais delicadas ao alcance de um cuidado mais frequente.
Dito tudo isso, é com você. Planeje com cuidado e execute com entusiasmo a sua horta vertical. Certamente, tão logo seja possível colher os primeiros resultados, você terá a satisfação de servir uma refeição temperada e/ou incrementada com vegetais de sua própria lavra. Bom apetite!
Para finalizar, e aproveitando que o assunto envolve mexer na terra, que tal juntar o pessoal do condomínio e construir todos uma horta comunitária? Assim, sua cesta de alimentos saudáveis poderá incluir alguns itens que não se pode cultivar na varanda, não é? Todos ganharão com isso. Quer saber como fazer? Clique aqui e fique expert no assunto. Boa leitura!