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Vida em comunidade: as vantagens de estreitar laços com os vizinhos

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“Nenhum homem é uma ilha”, já diria John Donne. Ou, numa leitura mais popular, “uma andorinha só não faz verão”. De fato, viver afastado de tudo não é uma especialidade humana — embora algumas pessoas até que se saem bem pagando de eremitas. Mas a exceção só confirma a regra: o mais perto de nosso ideal é a vida em comunidade.

Apesar disso, a modernidade impõe um enorme desafio a essa característica fundamental. Em que pese todo o tempo que passamos nas ditas redes sociais (mas talvez seja exatamente por isso), parecemos cada vez menos sociáveis. Mesmo cercados por muita gente, como ocorre nas grandes cidades, atrás dos muros dos conjuntos residenciais e nos corredores dos prédios de apartamentos, temos dificuldade de ir além de um protocolar “bom dia” ao vizinho do andar de baixo.

Esse tipo de certeza tem feito com que um movimento de retorno a um estilo de vida mais comunitário ganhe força. Muitas pessoas têm procurado fugir à impessoalidade da vida nos grandes centros e buscado locais onde é possível estar mais perto dos demais. Essa mesma busca tem motivado administradores de condomínio a tentar quebrar o gelo e promover a boa convivência entre os condôminos.

Mas por que é assim tão importante levar a vida em comunidade? Será que, com isso, não teremos a nossa individualidade — a nossa privacidade — comprometida? Não ficaremos à mercê de enxeridos e fiscais da vida alheia?

Claro que há regras e limites a se estabelecer de sorte que o convívio com as pessoas seja saudável. Entretanto, você não deve deixar que o receio de ter seu espaço invadido o afaste dos benefícios que a vida em sociedade tem a oferecer.

Quer saber quais são? Os mais importantes a gente mostra a seguir. Acompanhe:

Conhecer novos pontos de vista e experiências

Sempre que nos contentamos em viver dentro do próprio quadrado, convivendo apenas com pessoas de nosso círculo mais íntimo, perdemos a chance de ampliar nossa bagagem cultural através do conhecimento dos outros.

Cada pessoa tem uma trajetória singular. E todos podem aprender com aquilo que cada um viveu. Em tempos de gritaria nas redes sociais e polarização do discurso, é necessário e civilizatório retomar o contato pessoal, a conversa franca, a troca de ideias. Todos ganham com isso.

Ao levar uma vida mais comunitária, começamos a perceber que aquela pessoa por quem passamos todos os dias esconde uma história de vida que merece ser ouvida. Maneirismos e sotaques diversos, raciocínios variados, pontos de vista alternativos, modos de encarar os desafios do cotidiano que podem influenciar a nossa própria percepção das coisas.

É preciso estar preparado para aceitar o contraditório e adotar uma postura respeitosa e cordial, mas não existe nada mais lúdico do que um bom bate-papo. Se nos deixarmos surpreender pelo diálogo de diferentes interlocutores, esse exercício se torna ainda mais enriquecedor.

Estabelecer uma sólida rede de apoio

Desde os tempos tribais que vizinhos se ajudam mutuamente. Esse valor inestimável da vida em sociedade, porém, anda um pouco esquecido, estimulado pela barreira que muros, portas e cercas impõem.

Nem todo lugar, naturalmente, é propenso à sociabilidade. Algumas formas de organização típicas da vida nas cidades modernas são estanques e, com o tempo, nos habituamos à frieza dos contatos formais e dos olhares enviesados aos estranhos.

É um processo desumanizador. Por isso, muita gente tem procurado romper com essa tradição e buscar lugares onde é possível viver como antigamente. Como benefício, esses “desbravadores” de um estilo de vida mais orgânico passam a contar com aquela velha rede de solidariedade que os vizinhos chegados constroem em torno de si.

Vizinhos que zelam pela casa da gente quando deixamos a cidade durante um final de semana. Que convidam-nos para um churrasco de domingo. De quem emprestamos uma ferramenta ou temos uma mãozinha quando algum trabalho de manutenção se faz necessário. Para cuidar de nossos filhos em um momento de aperto. A lista de serviços é longa.

Nem sempre os familiares estão por perto para nos socorrer. Mas, se temos bons vizinhos e nos relacionamos bem com eles, podemos confiar de que não ficaremos na mão.

Participar de atividades estimulantes

Nos velhos tempos, todas as formas de distração eram pensadas para integrar a todos. As quermesses, atividades religiosas e feiras tinham essa função. Ainda hoje têm. Mas nem sempre damos valor a essas oportunidades de participar de atividades populares — quando a temos, vale frisar.

É certo que, nos grandes centros, pululam atividades culturais. Em todo canto algo está acontecendo. O problema é que, na maioria das vezes, é necessário descer a uma estação de metrô, chamar um Uber ou botar o próprio carro na estrada para ir até onde as coisas acontecem.

Os lugares onde o modo de vida mais comunitário pode ser cultivado é pródigo em atividades de lazer projetadas para reunir o povo. As feiras de artesanato na praça principal, as festas religiosas ou simplesmente aquele parquinho infantil onde as crianças extravasam e as mães conversam amistosamente.

Uma vez integrado na comunidade, você e sua família contam com mais convites e mais motivos para participar da agenda cultural da comunidade.

Construir um ambiente saudável para a família

Quem possui filho único (e isso é uma tendência de nossos tempos) sabe como crianças solitárias anseiam por companhia. Vivem implorando por um amiguinho para brincar ou pela possibilidade de dormir na casa de algum colega.

O pai, por sua vez, deseja retomar as atividades físicas. Assim, não perde oportunidade de jogar um futebol com os colegas ou de gastar algumas horas do pós-expediente tomando um chopinho na esquina e conversando sobre política.

A mãe também sonha com uma happy hour, para botar em dia as novidades ou apenas jogar conversa fora.

Tudo isso é muito saudável e necessário à construção da chamada qualidade de vida. Construir laços de amizade, relacionamentos, sentir parte de um grupo, contribuir com seus conhecimentos para o bem-estar dos demais…. São coisas que fazem bem a você e à sua família. Os filhos terão seus amigos para sempre, você os parceiros de todas as horas e todos terão motivos para estreitar esses laços de convívio e harmonia.

Muito mais benefícios a vida em comunidade dispõe. Existem desafios? Existem. Haverá contratempos? Sem dúvida, mas o bônus supera em muito as incertezas e tropeços no percurso. Como mencionamos de saída, trata-se de uma condição natural, portanto passível de ser cultivada e aprimorada. E o mais importante: sentimos demais quando esse valor está distante de nós — o que é razão mais do que suficiente para querermos buscá-lo.

Agora que você entende a importância da vida em comunidade, que tal exercitar esse conhecimento e, de quebra, melhorar a alimentação da família? Veja neste post como montar uma horta comunitária no seu condomínio. Dê um clique no link e boa colheita!